terça-feira, 9 de setembro de 2014

O verbo

Pela vida que nos escorre pelas veias. Pelos minutos que nos parecem destroçados. Pela chama da fogueira, ainda acesa. Pelo fósforo em fagulhas - a luz na madrugada. Pela lágrima que não nos molha a existência. Pelo nosso sorriso, costurado em linhas tortas. Pela paz que nos invade a cada melodia. Pelo cheiro de paz, exalado a cada passo. Pela incerteza que nos consume os dias pares. E pela saudade que nos transforma em numeral.

UM.

Pelo desengano ainda que sempre enganado. Pelo diagnóstico de uma vida entrelaçada. Pela certeza da história em cada porto. Em cada esquina. Pelos fios de prata em uníssono. Pela radiola ainda que emperrada. Pela caça - à vida. Pela garra - à alma. Pelo doce prazer de nos tornar doce a existência. Pela companhia. Por sermos todos.

UM.
DOIS
EM
UM
EM VÁRIOS

Por cada erro e cada falta. Por cada ausência ressentida. Cada tela vazia, branca, estupefada. Um caderno. Escrito. Em letras grandes.

Que é preciso
 - e sempre -
...



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