segunda-feira, 23 de março de 2015

tem tempo que parece ter o cheirinho de Deus. cheiro de chuva, de terra molhada, em perfeita comunhão. cheirinho de Natal, de roupa de bebê, paz que alimenta. tem tempo em que tudo parece caber no silêncio que ocupa o espaço de um abraço. cheirinho de água parada, de canto de passarinho. tem tempo em que a gente não percebe, não escuta, mas fala pela boca de um anjo. e ele ali, logo do lado, fica escutando, sorrindo, brincando de fazer sóis em dias azuis. tem tempo em que o tempo não importa, e o mesmo ano é dia inteiro. o relógio não corre, os segundos se cristalizam e o que era noite vira dia, num gole em contramão.

 tem tempo em que tudo é harmonia.

é o nosso tempo
em desalinho
com o dia a dia
costurando
[em de-ta-lhe-zi-nhos]
 nosso melhor sorriso.

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