sábado, 5 de outubro de 2013

não fosse amor, não faria tão pouco sentido

não fosse amor, não faria tão pouco sentido.

entre os cílios, brotariam incertezas, a cada precipício. não fosse amor, teríamos nos conhecido embaixo de sóis estrelados, no mesmo mês de outrora - porém, em nós, não culminariam faíscas. tampouco guardaríamos, em caixas empilhadas, nossas lembranças mais bonitas.

se não fosse amor, e se, de alguma forma, insistissem em dizer que fosse amor, as estrelas não contariam segredos, tampouco se desvencilhariam das dúvidas. os olhos não brilhariam, nossas mãos jamais iriam se encontrar, e tudo não iria passar de uma simples conjugação gramatical mal feita.

se não fosse amor, as palavras cairiam mortas, sem vida, em pleno outono. na primavera, seu cheiro não me aqueceria. no verão, não teríamos vivido em brasas. não fosse amor, a vida seria inverno. sem edredons.

se não fosse amor, nossa loucura não seria perdoada. a paz seria apenas algo distante, longe de nós. não fosse amor, nosso ninho não existiria, tampouco saberíamos o significado de algumas palavras - e sentidos. precisaríamos de dicionários, buscaríamos, ofegantes, o que jamais encontraríamos.

se não fosse amor, eu juro: eu já teria esquecido.

não fosse amor, não faria tão pouco sentido.

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